Ele não se vale de artimanha nem de esperteza para vencer os obstáculos; o herói enfrenta as dificuldades e, na maioria das vezes, sacrifica suas vontades pessoais, pois sabe que não pode fugir de si mesmo. O objetivo dos super-heróis nas HQs ou no cinema é, geralmente, a defesa do bem, da paz, o combate ao crime, tomando para si a responsabilidade de ser protagonista na luta do bem contra o mal. Mas pouquíssimas pessoas percebem que estas personagens, por meio do entretenimento, introduzem temas cruciais referentes ao homem: a ética, a responsabilidade social (e pessoal), a justiça, a punição do crime, as emoções, a identidade e o papel da fé e da esperança.
Todo paulistano conhece muito bem alguns cenários privilegiados nesta exposição, e ela foi concebida para dizer que não só nas personagens da mitologia grega ou nos super-heróis da TV o heroísmo está presente, mas também, quando cada um de nós enfrenta uma pequena prepotência, em nome de um valor mais alto, a dignidade humana.
Quando nos tornamos protagonistas do nosso próprio drama existencial, estamos vivendo numa dimensão heroica. Mesmo sem superpoderes os paulistanos podem ser considerados super-heróis. Nesta exposição o paulistano é convidado a se tornar mais um herói dessa megalópole. 

Katia Arantes